"SOU UM LABIRINTO EM BUSCA DE SAÍDA." (Vinícius de Moraes)







sábado, 29 de outubro de 2011

CRIANÇA TAMBÉM PRECISA CUIDAR DO CORAÇÃO (DRª KELLY ROSANA DE OLIVEIRA)


CUIDADOS NA INFÂNCIA PODEM PREVENIR UM INFARTO NO FUTURO

Abusar de alimentos com baixo valor nutritivo e alto valor calórico (junk food) e ser sedentário são hábitos frequentes na infância. Até mesmo fumar e consumir bebidas alcoólicas são atitudes típicas da adolescência, mas que terão reflexo na saúde para o resto da vida do indivíduo. Estes fatores estão associados ao desenvolvimento da maioria das doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares e diabetes, que lideram as causas de óbito na vida adulta no país e no mundo.

A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), realizada em 2009, mostrou que entre adolescentes de 9ª série do ensino fundamental nas 27 capitais do país, 43,1% dos alunos eram suficientemente ativos, mas, no entanto, 79,5% gastam mais de duas horas por dia em frente à televisão. O sobrepeso atingiu 16%e a prevalência de obesidade foi de 7,2% para o conjunto das capitais.

Não bastassem os números da pesquisa, o cotidiano nos consultórios de pediatras mostra que a doenças como obesidade e hipertensão arterial estão aparecendo na fase inicial da vida.É o que observa Kelly Rosana de Oliveira, especialista em Cardiologia Pediátrica do Grupo Unicordis. “Percebemos que existe grande desconhecimento por parte da população em relação à hipertensão arterial (pressão alta) na infância. Nos últimos anos, chama a atenção o aumento da hipertensão entre as crianças, principalmente em idade escolar, por conta do estilo de vida inadequado, com muita gordura e sal na alimentação e pouca ou nenhuma atividade física”, revela.

Segundo a especialista, nas crianças maiores, os fatores genéticos e ambientais, devem também ser avaliados. A agenda atribulada também é um dos motivos do aumento do distúrbio na infância e na adolescência. “Já percebemos casos de hipertensão por fatores psicológicos como ansiedade e estresse, bastante comum entre crianças com atividades extracurriculares em demasia e jovens que vão prestar vestibular” alerta Kelly Rosana para os pais com filhos com uma agenda sobrecarregada.

INFARTO – Uma alimentação balanceada, com menos gordura, menos sal, menos calorias e mais fibras alimentares, associada à prática de exercícios físicos, devem fazer parte de uma condição natural e habitual, principalmente na infância. A dieta possui papel fundamental para a redução das taxas elevadas de colesterol e triglicerídeos, e deve ser orientada por profissional capacitado, mas de forma geral deve ser pobre em gorduras. É importante lembrar que o processo de formação da Doença Aterosclerótica (DAC – que leva ao infarto) se inicia na infância, portanto a orientação dietética aos pais e suas crianças é um importante passo na prevenção da DAC no futuro.

PREVENÇÃO – Mais uma vez a prevenção é a melhor atitude. “A cada dia aumenta o número de pais que levam seus filhos para avaliação cardiológica, isso é fruto de melhor acesso a informação, da preocupação das demais especialidades médicas, como os pediatras e cirurgiões, das academias e escolas que solicitam uma avaliação antes de iniciar atividade física”, explica a cardiopediatra do Grupo Unicordis. A visita precoce ao consultório de cardiopediatria pode ajudar no diagnóstico de problemas do coração do individuo. “No Brasil, as malformações congênitas constituem a segunda causa de mortalidade infantil, determinando 11,2% destas mortes, muitas delas evitadas, caso tivesse sido feito diagnóstico e tratamento precocemente” lamenta a médica.

“Só a mudança no estilo de vida resolve 95% dos casos de hipertensão infantil idiopática, ou seja, sem causa determinada. Incluir atividade física no dia-a-dia e alimentos saudáveis, além de retirar o excesso de sal nas refeições, é o primeiro passo para manter a pressão arterial no nível adequado”, recomenda Kelly Rosana. “As crianças devem ser incentivadas a apreciar a atividade esportiva, associando-a a diversão. Por isso, as atividades físicas recomendadas são aquelas praticadas em grupo: futebol, natação, vôlei, basquete e jogos recreativos que necessitem da movimentação corporal (pega-pega, esconde-esconde, etc).” conclui. Outra recomendação importante é para pais hipertensos, em que é maior a probabilidade do filho desenvolver o problema no futuro. Nestas famílias, oacompanhamento dos níveis de pressão arterial da criança deve começar logo cedo.

* A Drª Kelly Rosana de Oliveira é especialista em Cardiologia Pediátrica do Grupo Unicordis (Recife-PE).

FONTE –> http://www.drbayma.com/cuidados-na-infancia-podem-prevenir-um-infarto-no-futuro/#more-3118

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