VEJA ABAIXO A CARTA ABERTA DA ESCRITORA RUTH ROCHA, DESMASCARANDO MAIS UMA "ARMAÇÃO" ENGENDRADA PELOS "NAZIPETRALHAS", PARA FAVORECER A CANDIDATA GOVERNISTA:
Meu nome foi incluído no manifesto de intelectuais em seu apoio. Eu não a apóio. Incluir meu nome naquele manifesto é um desaforo! Mesmo que a apoiasse, não fui consultada. Seria um desaforo da mesma forma. Os mais distraídos dirão que, na correria de uma campanha... ?acontece?. Acontece mas não pode acontecer. Na verdade esse tipo de descuido revela duas coisas: falta de educação e a porção autoritária cada vez mais visível no PT. Um grupo dominante dentro do partido que quer vencer a qualquer custo e por qualquer meio.
Acho que todos sabem do que estou falando.
O PT surgiu com o bom sonho de dar voz aos trabalhadores mas embriagou-se com os vapores do poder. O partido dos princípios tornou-se o partido do pragmatismo total. Essa transformação teve um ?abrakadabra? na miserável história do mensalão . Na época o máximo que saiu dos lábios desmoralizados de suas lideranças foi um débil ?os outros também fazem...?. De lá pra cá foi um Deus nos acuda!
Pena. O PT ainda não entendeu o seu papel na redemocratização brasileira. Desde a retomada da democracia no meio da década de 80 o Brasil vem melhorando; mesmo governos contestados como os de Sarney e Collor (estes, sim, apóiam a sua candidatura) trouxeram contribuições para a reconstrução nacional após o desastre da ditadura.
Com o Plano Cruzado, Sarney tentou desatar o nó de uma inflação que parecia não ter fim. Não deu certo mas os erros do Plano Cruzado ensinaram os planos posteriores cujos erros ensinaram os formuladores do Plano Real.
É incrível mas até Collor ajudou. A abertura da economia brasileira, mesmo que atabalhoada, colocou na sala de visitas uma questão geralmente (mal) tratada na cozinha.
O enigmático Itamar, vice de Collor, escreveu seu nome na história econômica ao presidir o início do Plano Real. Foi sucedido por FHC, o presidente que preparou o país para a vida democrática. FHC errou aqui e ali. Mas acertou de monte. Implantou o Real, desmontou os escombros dos bancos estaduais falidos, criou formas de controle social como a lei de responsabilidade fiscal, socializou a oferta de escola para as crianças. Queira o presidente Lula ou não, foi com FHC que o mundo começou a perceber uma transformação no Brasil.
E veio Lula. Seu maior acerto contrariou a descrença da academia aos planos populistas. Lula transformou os planos distributivistas do governo FHC no retumbante Bolsa Família. Os resultados foram evidentes. Apesar de seu populismo descarado, o fato é que uma camada enorme da população foi trazida a um patamar mínimo de vida.
Não me cabem considerações próprias a estudiosos em geral, jornalistas, economistas ou cientistas políticos. Meu discurso é outro: é a democracia que permite a transformação do país. A dinâmica democrática favorece a mudança das prioridades. Todos os indicadores sociais melhoraram com a democracia. Não foi o Lula quem fez. Votando, denunciando e cobrando foi a sociedade brasileira, usando as ferramentas da democracia, quem está empurrando o país para a frente. O PT tem a ver com isso. O PSDB também tem assim como todos os cidadãos brasileiros. Mas não foi o PT quem fez, nem Lula, muito menos a Dilma. Foi a democracia. Foram os presidentes desta fase da vida brasileira. Cada um com seus méritos e deméritos. Hoje eu penso como deva ser tratada a nossa democracia. Pensei em três pontos principais.
1) desprezo ao culto à personalidade;
2) promoção da rotação do poder; nossos partidos tendem ao fisiologismo. O PT então...
3) escolher quem entenda ser a educação a maior prioridade nacional.
2) promoção da rotação do poder; nossos partidos tendem ao fisiologismo. O PT então...
3) escolher quem entenda ser a educação a maior prioridade nacional.
Por falar em educação. Por favor, risque meu nome de seu caderno. Meu voto não vai para Dilma.
São Paulo-SP, 25/10/2010
Ruth Rocha, escritora.
* Ruth Rocha, nascida em São Paulo-SP, no dia 01/03/1931, é uma premiada escritora de livros infantis e membro da Academia Paulista de Letras desde 2007, ocupando a cadeira de número 38. Formada-se em sociologia política, começou a trabalhar como orientadora educacional no Colégio Rio Branco, tendo começado a escrever em 1967, quando passou a ter artigos sobre educação publicados em várias revistas. Sua obra literária mais conhecida é "Marcelo, Marmelo, Martelo", que já vendeu mais de um milhão de livros, sendo que hoje tem mais de 130 títulos publicados, com traduções de 25 idiomas.
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