Era uma vez uma galinha ruiva que morava numa fazenda com seus três amigos: O cão preguiçoso, o gato dorminhoco e o pato barulhento. Um dia ela encontrou alguns grãos de trigo no quintal e decidiu chamar seus amigos para ajudar a plantá-los.
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“Quem me ajuda a plantar este trigo?” perguntou a galinha.
“Quem me ajuda a plantar este trigo?” perguntou a galinha.
“Eu não” latiu o cão preguiçoso.
“Nem eu” miou o gato dorminhoco.
“Tô fora!” grasnou o pato barulhento.
.“Então eu planto sozinha” respondeu a galinha. E assim ela fez.
Logo o trigo começou a brotar e quando a época da colheita estava próxima, ela voltou a chamar seus amigos para ajudá-la.
“Quem vai me ajudar a colher o trigo?” perguntou a galinha.
“Eu não, isso cansa” latiu o cão preguiçoso.
“Nem eu, vou dormir” miou o gato dorminhoco.
“Eu não ganho nada com isso. Tô fora!” grasnou o pato barulhento.
“Então eu colho sozinha” respondeu a galinha. E assim ela fez.
Sabendo que seus amigos não iriam colaborar, a galinha levou sozinha o trigo para o moinho e o transformou em farinha para preparar o pão, mas mesmo assim ela perguntou: “Quem vai me ajudar a preparar o pão?”
“Eu não, se alguém souber que eu trabalhei perco a bolsa-ração” latiu o cão preguiçoso.
“Nem eu, recebo pensão e seguro desemprego, vou dormir” miou o gato dorminhoco.
“Você não vai me pagar hora extra! Tô fora!” grasnou o pato barulhento.
“Então eu preparo sozinha.” respondeu a galinha. E assim ela fez.
Quando os pães ficaram prontos os outros animais vieram pedir um pedaço para a galinha ruiva, que respondeu:
“Não, eu fiz os pães sozinha e sozinha vou comê-los.” E assim ela fez.
Assim termina a fábula original, a galinha come os pães e os outros animais vagabundos ficam sem nada, mas aqui o final seria bem diferente:
Após se negar a dividir os pães, a galinha começou a ser insultada pelos outros animais.
“Maldita galinha burguesa! Exijo direitos iguais!” latiu o cão preguiçoso.
“Que falta de solidariedade! Sua egoísta insensível! Não sente pena dos que têm fome?!” miou o gato dorminhoco.
“Gananciosa! Capitalista! Exploradora! Eu vou tomar seus pães à força!” grasnou o pato barulhento.
Com a confusão a galinha resolveu chamar a polícia e junto com a polícia veio um burocrata do governo dizendo que ela era obrigada a dividir os pães com o governo e com os animais que nunca a ajudaram em nada.
“Mas eu fiz tudo sozinha! Plantei o trigo, colhi, fiz a farinha, assei os pães e ninguém me ajudou em nada!” reclamou a galinha.
“Sim, mas você fez tudo isso dentro desta fazenda e aqui não somos capitalistas, todos devem dividir seus lucros com os demais para manutenção da paz. Isso é justiça social”, disse o burocrata.
Depois do pequeno discurso do burocrata os demais animais comemoravam enquanto a polícia confiscava os pães da galinha ruiva:
“Bem feito! Ficou sem nada! Se ferrou galinha elitista!” gritavam histericamente.
De posse dos pães o governo ficou com a maior parte, deixando apenas algumas fatias duras para os animais vagabundos, que comemoraram a expropriação dos pães da galinha, aplaudindo a adoção do sistema de justiça social que lhes garantia migalhas.
Entretanto, depois de algum tempo eles começaram a se questionar porque nunca mais a galinha voltou a fazer pão…
* A fábula original é muito popular nos países de língua inglesa, onde é conhecida como "The Little Red Hen", que assim como a fábula A Formiga e a Cigarra, visa ensinar o valor do trabalho e da previdência às crianças.
A adaptação publicada acima é de autoria desconhecida.
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