Como diz meu amigo Ciro Cavalcanti: “QUEM É VELHO CONTA
HISTÓRIAS!"
Aproveito a deixa para contar um “causo” que, dependendo
da forma como for interpretado, pode ganhar as mais diversas conotações,
inclusive a de não significar nada.
Em um belo domingo resolvi ir almoçar em Gravatá, no
"Charque da Neuza", como faço com alguma frequência.
Antes de me dirigir ao restaurante, enquanto fazia um
passeio pela rua das lojas de artesanato, ao entrar no estabelecimento do
artista plástico Ricardo Queiroz, encontrei um quadro (vide acima) pelo qual
fiquei imediatamente interessado. Procurei saber quanto custava e resolvi que
iria levá-lo.
Como ainda ia ao restaurante, ali perto, cometi um erro
frequente entre os que viajam, ao optar por deixar a compra em suspenso, para
que fosse concluída após o almoço, quando estivesse pronto para pegar a estrada
de volta ao Recife.
Infelizmente, quando terminei de almoçar, acometido
daquela natural preguiça dos que estão de “barriga cheia”, entrei no carro, que
havia deixado estacionado em frente ao restaurante, e rumei para o Recife, só
pensando em chegar em casa para descansar.
No meio do caminho percebi que não havia ido buscar o MEU
quadro, consolando-me então com a íntima promessa de que na semana seguinte
voltaria até Gravatá, não só para pegar o MEU quadro, mas como também para
repetir o programa.
Por contingências da vida, não pude ir a Gravatá no final
de semana seguinte, o que só ocorreu depois de 15 dias. Tão logo cheguei na
cidade, fui direto na loja onde havia visto o quadro, mas tive o desprazer de
ser informado que o mesmo fora vendido, no domingo anterior.
Perdi meu domingo! Até o almoço, embora delicioso como
sempre, entrou “quadrado”...
O tempo passou e eu procurei não valorizar o episódio, inclusive não comentando com ninguém, exatamente para que fosse esquecido.
Assim ocorreu, e o tal fato caiu no esquecimento, até que
um dia fui ver o resultado da decoração do novo apartamento que meu filho havia
comprado, e para o qual estava prestes a se mudar.
Qual não foi a minha surpresa quando, ao entrar na sala, a
primeira coisa que vi foi o MEU quadro pendurado em uma das
paredes.
Imediatamente perguntei para César onde ele havia comprado
à obra e ele confirmou que fora adquirido, por impulso, durante um passeio que
ele fizera em Gravatá.
Entre outras emoções causadas pelo pitoresco episódio,
além da “coincidência” de ter sido exatamente meu filho que fora até a loja, na
semana seguinte aquela em que eu havia estado em Gravatá, e não só gostara como
havia comprado o mesmo quadro pelo qual eu anteriormente havia tido interesse,
consegui destacar a satisfação de reativar a minha percepção de que mesmo após
mais de 60 anos de idade, já tendo “passado no corrimboque da vida”, o destino
ainda é capaz de me causar surpresas.
A lição que se tira do fato é que, mesmo quando alguém já
tenha vivido “mil e uma experiências”, sempre haverá uma nova experiência para
ser vivida...
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