Bezerra da Silva nasceu no Recife-PE, no dia 23/02/1927. Para fugir da pobreza extrema, ainda muito jovem veio tentar a vida no Rio de Janeiro, onde foi trabalhar como pintor na construção civil. Morando no morro do Cantagalo, em pouco tempo já estava envolvido com os sambistas da região, demonstrando aptidões para o manuseio de instrumentos de percussão, notadamente na interpretação de Coco e Partido Alto, dois subgêneros do Samba. Em uma época em que sambista era quase que sinônimo de malandro, Bezerra enfrentou enormes dificuldades, chegando até mesmo a viver como mendigo. A persistência fez com que, mesmo nos anos de "vacas magras", continuasse investindo na carreira musical, fosse compondo, atuando como instrumentista ou mesmo cantando seus sambas. A recompensa veio em 1969, quando conseguiu lançar seu primeiro compacto que, mesmo não tendo estourado nas paradas, foi o ponto de partida para que 1975 pudesse lançar seu primeiro LP. Para não ser apenas "mais um sambista", Bezerra passou a investir no que ele chamava de estilo "Sambandido", escancarando a realidade dos morros com músicas como: "Malandragem Dá um Tempo", "Sequestraram Minha Sogra", "Defunto Caguete", "Bicho Feroz", "Overdose de Cocada", "Malandro Não Vacila", "Meu Pirão Primeiro", "Lugar Macabro", "Piranha", "Pai Véio 171", "Candidato Caô Caô". A resposta do grande público foi imediata, e Bezerra da Silva passou a ser considerado o porta-voz dos morros e favelas, fazendo com que os principais temas de suas músicas fosse o cotidiano do povo e os problemas das favelas, como a exploração e a opressão sofridas pelos trabalhadores, a intima convivência com o tráfico de drogas e a radical condenação aos dedos-duro. Clique nos títulos das músicas e visite o especialíssimo repertório que deu origem a popularidade de Bezerra da Silva:
A Fumaça já subiu pra Cuca / A lei do morro / Bicho Feroz / Canudo de Ouro / Dando Mole pra Kojak / Dedo Duro / Defunto Grampeado / Eu sou Favela / Filho de papai / Fofoqueiro é a Imagem do Cão / Foi o Dr. delegado que disse / Fui Obrigado a Chorar / Jogando com o capeta / Malandragem da um tempo / Malandro é Malandro e Mané é Mané / Malandro não vacila / Na hora da dura / O Rei Coco / O Ricardão / Os Federais estão te Filmando / Pai Veio / Parabéns pra Você Meu Brasil / Passa o Rodo Nele / Pega eu / Piranha / Quando o Morcego doar Sangue / Quem fala de mim tem despeito / Roubo do Cabrito / Se Leonardo da Vinte / Se liga Doutor / Se Segura / Sequestraram minha sogra / Tem Coca ai na Geladeira / Vestiu saia tá pra mim / Vitima da sociedade / Vou apertar
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